Entrevista de história oral
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Identificador:
02/9000004
collections
Coleção:
Acervo Padre Ticão
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Data:
29/01/2024
place
Abrangência:
São Paulo
label
Metadados
Área de identificação
- Identificador 02/9000004
- Tipologia documental Entrevista de história oral
- Origem 0029 - (TIC) Documentos produzidos e acumulados pela pesquisadora Daisy Perelmutter no âmbito do projeto Padre Ticão: história oral de um “homem ponte”, ao longo do período 2023-2024.
- Data 29/01/2024
- Local de produção São Paulo
- Idioma Português
- Gênero documental sonoro
- Suporte meio digital (documento nato-digital)
- Formato gravação digital
- Relação gravação (história oral)
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Metadados
Área de contextualização
- Acervo TIC - Acervo Padre Ticão
- Abordagem individualizada
- Número de itens 1
- Acesso disponível para consulta local
- Entrevistado Adriano Diogo
- Entrevistador Daisy Perelmutter
- Preparador de sumário Daisy Perelmutter
- Coordenador do projeto Ricardo Santhiago
- Instituição do projeto Centro de Memória Urbana (CMUrb-Unifesp)
- Projeto de origem Padre Ticão: história oral de um "homem-ponte"
- Período de realização do projeto 2023-2024
- Data da entrevista 29/01/2024
- Ambiente da entrevista Salão de festas da companheira do Adriano Diogo – Rua dos Franceses
- Duração total da entrevista 1:06:00
- Modalidade da gravação original áudio
- Tipo da entrevista entrevista temática
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Resumo biográfico do entrevistado
Formado em Geologia pela USP, sempre esteve envolvido na militância pela democracia e pelos direitos humanos, tendo recebido o Prêmio Santo Dias da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) por sua atuação nesse campo desde o "movimento estudantil paulista durante a ditadura militar na década de 70".
Iniciou sua militância na década de sessenta, ainda como estudante secundarista. Quando era graduando em Geologia na Universidade de São Paulo e membro universitário do grupo clandestino contra a ditadura Ação Libertadora Nacional, criado por Carlos Marighella, foi perseguido, preso em 1973 e torturado no DOI-Codi de São Paulo.
Exerceu quatro mandatos de Vereador, de 1989 a 2003, voltando-se preferencialmente às áreas do meio ambiente, saúde pública, educação, moradia popular e às demandas das regiões periféricas. Participou como um dos redatores da Lei Orgânica do Município em Saúde e Meio Ambiente.
Em 2003 e 2004, assumiu o cargo de secretário de Verde e Meio Ambiente do município de São Paulo durante a prefeitura de Marta Suplicy.
Foi eleito deputado estadual em 2002 e reeleito em 2006 e 2010. Foi autor da Lei de Coleta Seletiva de Lixo, da "Lei das Piscininhas" para combate às enchentes, entre outras leis na área ambiental. Foi membro da Comissão de Direitos Humanos da ALESP, na qual presidiu a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo "Rubens Paiva" que investigou e divulgou os crimes cometidos pela ditadura militar em São Paulo, o SOS Racismo e a CPI dos Trotes, que investigou os trotes violentos nas universidades paulistas, com denúncias de tortura, machismo, racismo e homofobia. Apresentou o projeto de Lei 1.257/2014, que institui o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura no Estado de São Paulo, para criar mecanismos de prevenção e combate a esse crime hediondo.
- Motivação para a entrevista Militância contínua por melhorias sociais para os bairros mais vulneráveis da zona leste com Padre Ticão, durante quase 40 anos e, em especial durante os anos 1980.
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Resumo temático
Nomeação de Dom Angélico como bispo da Zona Leste pelo arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns. Divisão da zona leste em duas distintas lideranças religiosas: Dom Angélico bispo por São Miguel e Dom Luciano Mendes de Almeida por Belém. Chegada do Padre Ticão em Ermelino Matarazzo. Importância de Dom Angélico para a eleição de Luiza Erundina. Mobilização de Dom Angélico em torno do grupo Marycnol ligado à Teologia da Libertação. Sobrevivência na prisão devido à intervenção de Dom Paulo. Orientações de Dom Paulo após a sua soltura. Encontro com Dom Luciano Mendes e engajamento com o levantamento dos cortiços na ZL. Saída da Oposição Sindical e ingresso no PT. Engajamento com a campanha da Luiza Erundina. Primeiro trabalho com Luiza Erundina na favela de São Mateus. Contexto do primeiro encontro com o Padre Ticão (1983). Negociação com Mário Covas para a retirada do lixão de São Miguel. Convite de Padre Ticao para assumir aulas na Escola Estadual de Ermelino Matarazzo. Estratégias de comunicação do Padre Ticão (chamada de Rádio Popular). Criação do Movimento de Alfabetização da Zona Leste e implantação das salas de alfabetização nas escolas. Criação do jornal Grita Povo por Dom Angélico. Momento de grande efervescência politica: “revolução em tempo real”. Participação ativa de Dom Angélico na eleição de Erundina. Convívio intenso com Padre Ticão (1983 a 1988). Atuação como vereador. Prisão do Padre em Guaianases. Aproximação do Padre com Mário Covas. Sobrevida da ditadura em SP com Jãnio Quadros. Padre Ticão como Secretário de Habitação informal de Erundina. Oscilações ideológicas do Padre Ticão. Movimento pela criação da USP Leste e decepção com o que veio a ser a USP Leste sentida pelo Padre Ticão. Padre Ticão como o deflagrador da mudança da cara da zona leste. Genialidade do Padre. Padre Ticão como formador de gerações. Propensão populista do Padre e negacionismo científico nos seus últimos anos de vida. Ascendência do Padre Ticão sobre as linhas de atuação dos prefeitos. Mudanças draconianas na Arquidiocese de São Paulo durante a gestão do Papa Ratzinger. Padre Ticão e sua teoria autóctone sobre o território. Rompimento com o Padre Ticão.
- Descritor de assunto Movimentos sociais; Lideranças comunitárias; Periferias urbanas; Direito à cidade; Direitos humanos
- Descritores onomásticos Dom Paulo Evaristo Arns; Dom Angélico; Madre Maurina; Luiz Antônio Fleury Filho; Dom Luciano Mendes de Almeida; Padre Paulo Sérgio Bezerra; Padre Dimas; Iara Bernardes (vereadora e deputada de Sorocaba); Santo Dias; Vladimir Herzog; Alexandre Vanucchi; Luiza Erundina; Grupo religioso Maricnol; Coronel Ursa; Padre Almir (Rio de Janeiro); Waldemar Rossi; Maria Nilde Mascelani; Reinaldo de Barros; Franco Montoro; Mário Covas; Freira Ana Maria; Rejane Casadei (secretária do Mário Covas); Werner Azulau (Secretário Estadual da Cetesb); Max Barreto; Padre Manezinho; Padre Dildo; Padre Daniel (padre americano); Padre Jaime Crowe; Otaviano (Oposição Metalúrgica); Valente Morcelli (Partidão); Irmãs do Itaim; Erminia Maricatto; Jorge Araujo (fotógrafo); Irmãs Salesianas; Coronel Ávila; Renato Tuma (Coordenador da GCM na gestão Jánio Quadros); Adão (célula comunista de Guaianases); Orestes Quércia; Soraya Smaili; Ubiradantas (cartunista de Campinas); Dalcides Neto; Eleonora Menicucci; Dilma Roussef; Irmãs Marcelinas; Irmã Lorenzoni; Padre Cícero; Prof. Prof. Valdir; Fernando Altenmeyer; Padre Júlio Lancelotti; Jovens da Frente Democrática; Tereza Bugolim; Mauro Margarido (Lar Vicentino); Papa Ratzinger; Wolfgang Sauer (presidente da Wolkswagen); Lula; Dom Claudio Hummes (Bispo de Santo André); Paulo Teixeira; Mario Sergio Cortella; Waldemar Rossi; Irmã Rosa
- Descritores topográficos Piracicaba (SP); Urupês (SP); Sorocaba (SP); Novo Horizonte (SP); El Salvador; Nicarágua; Avenida Aricanduva –São Paulo (SP), Brasil; Cidade Pedro José Nunes – São Paulo (SP), Brasil; Escola Filomena Matarazzo – São Paulo (SP), Brasil (escola); Conjunto Habitacional do Pró-Morar do Rio Claro - São Paulo (SP), Brasil (habitação popular); OBAN – São Paulo (SP), Brasil (órgão de repressão do estado); Ação Educativa – São Paulo (SP), Brasil (ong); Presidio do Hipódromo – São Paulo (SP), Brasil (presídio); Favela Santa Ines – São Paulo (SP), Brasil
- Observações Adriano Diogo interessou-se muito pela pesquisa e, ainda que estivesse com uma agenda apertada, fez questão de dar seu depoimento, de pronto. Auxiliou-me também indicando nomes de potenciais depoentes que considerava imprescindíveis e seus respectivos contatos (Socorro, Mauro Margarido, Padre Paulo Bezerra, Paulo Teixeira, Prof. Waldir, Ana Martins, Ademir Peres). Ao final Estabelecemos uma comunicação constante durante os meses subsequentes.
- Notas de campo Com pouco tempo disponível para a concessão do depoimento, ainda assim, construiu um enredo muito bem encadeado. Deu um panorama geral de seu vínculo com o Padre, em especial durante a sua militância na década de 80, as estratégias de comunicação e luta do Padre, as pautas que foram lhe sensibilizando até os últimos anos do Padre e seu rompimento com ele. Em apenas uma hora, conseguiu percorrer de forma consistente sua longa e relevante participação política no país e das intersecções com a atuação do Padre Ticão. Ao final, curiosamente, quando já havíamos finalizado o registro, comentei que eu era também integrante do Movimento Judias e Judeus pela Democracia-SP e que ele havia estado conosco no Ato que realizamos no dia 15/11/23 em favor da Paz em Israel e Gaza, pelo fim da ocupação israelense na Cisjordânia, pela criação de dois estados e devolução dos reféns capturados pelo Hamas. Ficou surpreso com este meu outro engajamento/pertinência e comentou que eu devia ter me apresentado logo no início com esta alcunha. Sua parceira é também de origem judaica.
- ■ Tipo de atividade ou evento Acompanhamento da trajetória
- ■ Especificação da atividade ou evento Vida e atuação político-religiosa do Padre Ticão
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