Experiências urbanas em São Miguel Paulista (1970-2000)

Este projeto visa coletar e examinar documentos – escritos, fotográficos e orais – pertinentes às experiências de pessoas pobres no Bairro de São Miguel Paulista, na cidade de São Paulo. Nos anos 70 e 80, entre o ápice e o ocaso da ditadura militar e em meio à crise econômica crônica, simultânea à última fase de industrialização da capital paulista, parcelas da população pobre do bairro se organizaram para reivindicar melhorias em suas vilas e acesso à direitos ainda fora de seu alcance, até a promulgação da Constituição de 1988. Saúde, Asfalto, Iluminação, Segurança Pública etc. estavam no centro das preocupações dessas pessoas. Por meio de entrevistas e coleta de documentação individual, buscaremos reconstituir tais experiências, destacando o entrelaçamento entre a luta política e a experiência cotidiana. A década de 1980, em especial, foi um momento de grande articulação social e política dessa população.
Equipe:  Lucas Jannoni Soares (Coordenação), Joana da Silva Barros (Supervisão).
Financiamento: Universidade Federal de São Paulo (Programa de pesquisa do CMUrb).

Sotaque paulista: A vida e a música de Miriam Batucada (1947-1994)

O presente projeto é uma derivação da investigação "Arte e artistas na Zona Leste de São Paulo: História oral, memória e experiências urbanas (1950-1990)". Tem como propósito reunir e organizar documentação sobre a vida pessoal e profissional da cantora e compositora Miriam Batucada, nascida Miriam Ângela Lavecchia, iniciou sua trajetória artística no bairro da Mooca. Objetiva-se a produção de um livro biográfico e de um CD com as composições da artista e a disponibilização de seu acervo pessoal.

Equipe: Ricardo Santhiago (Coordenação), Juliana Rissardi da Costa (2020/2021) e Taiza Silvestre.

Financiamentos: Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo - Auxílio financeiro.

Arte e artistas na Zona Leste de São Paulo: história oral, memória e experiências urbanas (1950-1990)

No arco dos últimos dez anos, uma série de trabalhos oriundos de diferentes disciplinas têm abordado a produção cultural da/na Zona Leste de São Paulo, privilegiando o estudo de coletivos culturais que emergiram após os anos 1990 e sugerindo a existência de um vazio cultural urbano na região nos períodos anteriores. Animada pela história oral, pelos estudos da memória e pela história pública, a presente investigação visa discutir, em perspectiva histórica, os percursos de formação, desenvolvimento profissional e usos do espaço urbano por artistas da/na região, entre os anos de 1950 e 1990. As trilhas de formação e desenvolvimento profissional, as trocas materiais e simbólicas, a constituição de redes sociais de interlocução e cooperação, a persecução de trajetórias mais ou menos dissonantes, as interdições e os conflitos implicados por uma marca de origem, os posicionamentos em um campo de disputas e embates profissionais, os modos de usar a (e ser usado pela) cidade, são alguns dos eixos de discussão mobilizados pela pesquisa.

Equipe: Ricardo Santhiago (coordenação), Amanda Batista Bento (bolsista, 2020/2021).

Financiamentos: CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa - Bolsa.

Acervo Claude Santos 

Esta pesquisa integra os trabalhos do Centro de Memória Urbana da Zona Leste e do Instituto Claude Santos, esta iniciativa se soma a um conjunto de outras pesquisas que se dedicam à obra de variados artistas cujas contribuições trazem perspectivas inovadoras para o entendimento da história urbana em suas múltiplas dimensões.

A especificidade da produção de Claude Santos, de onde destacamos as séries filmográfica, fotográficas e literária sobre Canudos, sobre os Baianos, sobre o Recôncavo Baiano e sobre a Chapada Diamantina, bem como a refinada pesquisa em torno do poeta Castro Alves, reside nos horizontes de leitura sobre a cultura popular que os documentos produzidos e organizados permitem articular. Deste modo, a constituição do seu acervo documental é entendida como a possibilidade de apresentação e divulgação da história pública por meio de instrumentos de pesquisa que articulam o público em torno de interpretações inovadoras sobre a história.

Equipe: Joana Barros (coordenação), Pedro Cavalcanti Santos, João Batista da Silva (UNEB), Pedro José Carvalho Neto, Caio Marinho (USP); Danielly Nobriga (2020/2021), Gabriela Carvalho (2020/2022).

Financiamentos: Universidade Federal de São Paulo e Fundação Tide Setúbal. 

Parceiros: IPEN - Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares / Centro de Tecnologia das Radiações. 

Em busca da política - Acervo Maria Célia Paoli

Esse projeto está ancorado nos fundamentos teóricos da história pública e se dedica à constituição de um acervo documental em torno da produção da socióloga Maria Célia Pinheiro Machado Paoli. Integrando os trabalhos do Centro de Memória Urbana (CMUrb), em parceria com grupo de pesquisa Dissenso, o bacharelado de Relações internacionais da UFABC e o Observatório das Desigualdades, Conflitos, autonomia e Democracia da  UFSCar, esta iniciativa inaugura um linha de trabalho sobre trajetórias de intelectuais brasileiros que se dedicaram a pensar a formação social brasileira cujas contribuições trazem perspectivas inovadoras para o entendimento da história do país em múltiplas dimensões.

O fundo documental recebido é composto de livros, documentos de trabalho, alguns objetos e arquivos digitais deixado por Maria Célia Paoli, será  manejado a partir de metodologia desenvolvida pelo CMUrb, compartilhada neste momento com os parceiros do projeto que serão também depositários e divulgadores deste acervo. 

Equipe: Joana Barros (coordenação), Ricardo Santhiago, Fábio Sanchez (UFSCar), Pedro José Carvalho Neto, Guilherme Nafalski (Unicamp), Diego Azzi (UFABC), Gabrielle Rodrigues, Lais Marote e Gabriel Rodrigues (bolsistas PEUI 2023), Gabriela Carvalho (2022/2023). 

Financiamentos: Universidade Federal de São Carlos e Universidade Federal de São Paulo.

Quilombhoje literatura: uma luta que nos transcende

O projeto Quilombhoje Literatura: uma luta que nos transcende se propõe a revelar, para o público em geral, uma faceta desconhecida, embora fundamental, do Movimento Negro Brasileiro reorganizado no final da década de 1970. Busca-se recolher documentos e depoimentos  para a construção de uma acervo público sobre este grupo. Para isto pretende-se constituir um acervo documental e de história oral, que sendo público, gratuito e de fácil acesso torne acessível a história do grupo Quilombhoje. O acervo Quilombhoje está em processo de constituição, a partir das histórias de vida dos membros do grupo responsável pela edição dos Cadernos Negros. O projeto prevê a recepção de documentos dos entrevistados (fotografias, documentos diversos, livros, papéis inéditos etc), bem como das publicações editadas pelo Quilombhoje.

Equipe: Joana Barros e Abílio Ferreira (coordenação), Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa (Quilombhoje); Victória Lacerda (bolsista PIBEX 2021).

Financiamentos: Universidade Federal de São Paulo (bolsa); Insituto Ibirapitanga (bolsa).

Parceiros: Arquivo Edgard Leuenroth (Unicamp); SESC - Serviço Social do Comércio; Instituto Tebas. 

Mulheres de Axé 

Esta pesquisa integra as ações do Ateliê de História Oral, visa a construção de um acervo eminentemente de história oral. Este acervo está em construção desde setembro de 2020 e desde lá, está recolhendo histórias de vida de sacerdotisas de religiões de matriz africana.

Equipe: Joana da Silva Barros (coordenação), Ricardo Santhiago, Taíza Silvestre (bolsita PIBEX 2023), Larissa Lima (2021/2022).

Financiamentos: Universidade Federal de São Paulo - Bolsa.

 

Memória, história e práticas da vida: Três atos da resistência conselherista

Este projeto integra a agenda partilhada com pesquisadores de outras universidades e grupos de pesquisa que compõem um campo de trabalho conjunto. A pesquisa se debruça sobre o universo do sertão baiano a partir de Canudos, investigando as disputas empreendidas em torno do horizonte historiográfico da Guerra Contra Canudos em 1896-7. Parte-se daqui para pensar e adentrar as práticas que os descendentes dos que viveram no Belo Monte, os conselheiristas de hoje, vêm construindo no cotidiano das suas vidas, elaborando memória, história e práticas da vida desde suas lutas e enfrentamentos contra os projetos de desenvolvimento na região. Para tanto, estruturam-se 3 eixos: Práticas e Saberes do Sertão; Memória das secas e Memória conselheirista. Partimos da identificação de fundos documentais, da produção de história oral e da produção de cartografias que produzam um mosaico de informações e narrativas constitutivas dessa disputa, tendo como um dos articuladores deste campo de conflitos os projetos de modernização destinados ao sertão. 

Equipe: Joana Barros (coordenação), Paulo Zangalli Junior e Grace Alves (UFBA), Caio Marinho (USP), João Batista da Silva (UNEB), Gabriela Carvalho (UnB), Patrícia Cruz (PROPUR/UFRGS) e Juan Rodrigues (bolsista PEUI 2023).

Financiamentos: Universidade Federal de São Paulo - Bolsa.

Políticas de segurança e violência de Estado: relatos de luta e imagens de resistências das mães da Chacina de Osasco

Esse projeto pesquisa e extensão é uma parceria entre o LASInTec (Laboratório de Análise em Segurança Internacional e Tecnologias de Monitoramento EPPEN-UNIFESP) e o CMUrb (Centro de Memória Urbana campus Zona Leste). Objetiva-se registrar e produzir memória das mães de Osasco que tiveram os filhos executados em uma ação de um grupo de extermínio, composto por policiais, em agosto de 2015, através de registros audiovisuais com as mães e familiares das vítimas em sua luta dessas mulheres por memória, reparação e justiça.

Equipe: Joana Barros e Acácio Augusto (coordenação), Fabiola Fanti (Unifesp), Gabriella De Biaggi (USP, Bolsista CMUrb 2023-2024) e Gabrielle Rodrigues (bolsista PEUI 2023).

Financiamentos: Universidade Federal de São Paulo - Bolsa.